Palmares

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Hoje é Dia de Combate ao Fumo



O Brasil gastou cerca de R$ 21 bilhões no tratamento de doenças relacionadas ao tabaco apenas em 2011. Entre os diversos malefícios do cigarro, está o aumento de risco de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC) e problemas de fertilidade, além de vários tipos de câncer: de pulmão, de bexiga, boca, língua, faringe.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, criado em 1986 e comemorado nesta quarta-feira, tem como objetivo reforçar os males causados pelo cigarro e promover ações de mobilização da população para incentivar o fim do vício. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) é o órgão do Ministério da Saúde que coordena o Programa Nacional de Controle do Tabagismo.


Segundo o órgão, o número de fumantes no País vem diminuindo nos últimos anos. Uma pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Saúde indica que pouco mais de 17% da população brasileira é fumante (22,7% dos homens e 16% das mulheres). Em 1989, segundo o Inca, havia uma prevalência de 34% de fumantes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o fumo é uma das principais causas de morte evitável, hoje, no planeta. Um terço da população mundial adulta - cerca de 1,3 bilhão de pessoas - fuma: aproximadamente 47% da população masculina e 12% da população feminina, de acordo com cálculos do órgão.

Especialistas estimam que até 2030 os gastos com o tratamento de doentes de câncer cheguem a US$ 8 bilhões. Apenas as doenças derivadas do consumo de tabaco podem custar US$ 133 bilhões.

O cigarro vicia porque o principal componente - a nicotina - faz com que o cérebro libere dopamina, hormônio que dá uma sensação agradável. O organismo do fumante passa a pedir doses maiores de nicotina para que a sensação se repita e a pessoa sinta necessidade de fumar cada vez mais.




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

22 de Agosto

Dia do Folclore

Criação da data
O Congresso Nacional Brasileiro, oficializou em 1965 que todo dia 22 de agosto seria destinado à  comemoração do folclore brasileiro. Foi criado assim o Dia do Folclore Nacional. Foi uma forma de valorizar as histórias e personagens do folclore brasileiro. Desta forma, a cultura popular ganhou mais importância no mundo cultural brasileiro e mais uma forma de ser preservada. O dia 22 de agosto é importante também, pois possibilita a passagem da cultura folclórica nacional de geração para geração.


Comemoração
O Dia 22 de agosto é marcado por várias comemorações em todo território nacional. Nas escolas e centrou culturais são realizadas atividades diversas cujo objetivo principal é passar a diante a riqueza cultural de nosso folclore. Os jovens fazem pesquisas, trabalhos e apresentações, destacando os contos folclóricos e seus principais personagens. É o momento de contarmos e ouvirmos as histórias do Saci-Pererê, Mula-sem-cabeça, Curupira, Boto, Boitatá, etc.
Nesta data, também são valorizadas e praticadas as danças, brincadeiras e festas folclóricas.


domingo, 19 de agosto de 2012

O HOMEM DA MÁSCARA DE FERRO


Os moradores de Salvador já o conhecem bem (pelo menos a sua 'estranha' aparência).
Os turistas de passagem pela cidade reagem à sua presença com admiração e curiosidade. Mas
não existe uma só pessoa na capital baiana que não tenha ao menos ouvido falar de Jaime Figura, 
de 60 anos. Artista plástico, ele cria pinturas e esculturas. A primeira obra fez em seu próprio corpo, uma mutação que o tornou folclórico. Começou com pedaços de couro esfarrapado e, por cima, foi colocando alumínio e pedaços de ferro velho até chegar à cabeça, onde criou uma máscara com os mesmos materiais, uma espécie de gaiola com espaço aberto apenas para a bora e para os olhos. Quem o vê por inteiro andando pela cidade (geralmente empurrando um carrinho onde coloca seus apetrechos e coisas que cata pelas ruas e que lhe serão úteis para uma nova obra de arte ou para a sua própria vestimenta) tem a impressão de estar diante de algo que não é desse mundo. A princípio a imagem de Jaime assusta, depois, gera curiosidade e, por fim, muitas e muitas especulações sobre quem é, de fato, aquele homem de armadura de metal enferrujado.
Seu nome verdadeiro é Jaime Andrade de Almeida, nascido no bairro Alto do Peru, na periferia de Salvador, filho de Estefânia e Arlindo e o mais novo entre oito irmãos. Na primeira fase da infância levou uma vida farta, fruto do trabalho do pai, maquinista na Marinha Mercante.
"Ele passava todo tempo viajando. Como morávamos no Alto do Peru, dava pra ver os navios lá em baixo e eu ficava só olhando e esperando a chegada de papai.
Quando ele voltava trazia aquelas caixas cheias de noz moscada, castanha do Pará, queijo cuia, vinhos, só coisa gostosas e importadas. Naquela época a nossa vida era uma maravilha, não faltava alimentação", relembra Jaime. Mas um dia o destino mudou a vida da família.
Em uma de suas viagens, Arlindo foi atropelado no Rio de Janeiro. Ele era diabético e, a época, não quiseram aposentá-lo, mesmo estando em serviço. Encostado pelo INSS, o pai de Jaime ainda ficou um longo tempo no hospital. Quando recebeu a indenização da Marinha, entregou a 
confortável casa em que morava com a família de aluguel e comprou seu próprio imóvel. 
"Era um lugar maligno chamado Cutuvelo, próximo ao Alto do Peru. 
Mas só tinha mato, miséria e cachaceiros.
 Naquele tempo não existia esse negócio de droga, não, era cachaça mesmo! 
As pessoas de lá eram atrasadas, sem estudo. Comecei a fazer carrinhos no fundo do quintal, montava ventiladores, ficava inventando coisas que ninguém fazia, coisas diferentes com peças quebradas que acabavam sendo roubadas pelos filhos dos vizinhos. Eles tomavam tudo o que eu criava e ainda me humilhavam." A mãe até chegou a levar o menino Jaime ao médico para "fazer exame de cabeça e saber se eu tinha algum problema", conta.


"MOSTRO A MINHA ARTE, MAS NÃO
PRECISO MOSTRAR O MEU ROSTO"

Mas aí veio o plano Collor de Mello e... Bem, aquela altura Jaime tinha seu próprio carro e só 
andava com roupas e sapatos de grifes, além de desfrutar da companhia de muitas mulheres.
"Mas o Collor quebrou todo mundo, né?, questiona. " A gráfica em que comecei a trabalhar começou a despencar. Fui demitido e já estava, a essa altura, com uma mulher grávida." (Nesse momento, Jaime fica cabisbaixo e  diz, com ênfase, que não gostaria de falar sobre essa parte de sua família e continua...). "Acabei não suportando aquela pressão novamente na minha vida. 
Comecei a rasgar minhas roupas, andava rasgado com a bolsa na mão e com todos os meus trabalhos dentro" E aquelas mesmas pessoas que o perseguiam em seu bairro continuaram a violentá-lo fisicamente: "Ele ficou louco! Era bom desenhista, mas ficou louco!"
"Coloquei a máscara porque não suportava mais olhar para a cara deles, passava e eles olhavam para mim, rindo da minha cara. Me entreguei totalmente à morte, uma parte de mim morreu", explica.

A VIDA NO CINEMA

Jaime passa o dia inteiro andando pelas ruas de Salvador, principalmente pelo centro histórico.
Se sente cansado, se diz doente, se queixa de muitas dores de joelho e passa algumas necessidades. Busca atualmente se aposentar, assim, teria condições mínimas de sobrevivência. 
Também tentar viabilizar a mudança de sua família para um lugar mais tranquilo e digno
(mulher e filho mora na Sussuarana, bairro de Salvador). Quer viver em paz ao lado deles, 
além de divulgar sua música (ele tem uma banda de punk rock ), suas pinturas, suas esculturas e abrir um ateliê para comercializar sua arte.
Por enquanto, vive em um espaço reduzido no Pelourinho, um pequeno quarto onde está construindo um sarcófago e onde está também o caixão no qual ele dorme e sonha com dias melhores.
Famoso, Jaime já foi tema de várias matérias na imprensa, inclusive no Fantástico. 
E sua história chegou aos cinemas pelas mãos do diretor Daniel Lisboa, que ficou alguns anos acompanhando o artista plástico para concluir o documentário O Sarcófago, sucesso por todos 
os lugares onde foi exibido. 
E loucura não é a palavra mais apropriada para definir as reações de Jaime Figura e sua transformação. Conversando com ele, é possível perceber que tudo não passou de uma defesa e, por meio dela, nasceu um artista performático, que tem em seu corpo a sua mais expressiva arte.
A armadura e a máscara de ferro traduzem a mensagem desse artista plástico baiano. Com elas, Jaime passa o seu protesto, a sua revolta e ainda faz o povo refletir sobre a importância que damos  à aparência física, à uma estética inventada e absorvida por todos, mas que na prática não mostra a verdadeira essência e o valor de uma pessoa.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Hoje é dia de São Roque




São Roque
Protetor contra pestes e epidemias
16 de agosto

“... Olho para direita e vejo: não há ninguém que cuide de mim. 
Não existe para mim um refúgio ninguém que se interesse pela minha vida, 
eu vos chamo Senhor, vós sois meu refúgio, 
sois meu quinhão na terra dos vivos. 
Atendei o meu clamor...” (Salmo 141, 5-7)

Montpellier, na França, foi no ano de 1295, cenário e berço do nascimento de um de seus mais ilustres filhos; Roque! O nobre Fidalgo João e sua esposa Libéria, aguardavam com ansiedade a chegada dessa criança, era afinal, uma benção desejada.
Roque foi levado a pia Batismal, já nos primeiros dias de vida; sua mãe Libéria, era mulher virtuosa, mulher de fé e piedosa, que via naquele frágil bebê, um sinal de amor de Deus.
O pequeno Roque teve uma educação primorosa, estudou nos melhores colégios e herdou de sua mãe os mais vivos sentimentos de fé, e vida de oração.
Quando completou vinte anos, foi duramente provado com a morte repentina de seus pais, vendo-se sozinho e com uma herança invejável, sentiu em seu coração um forte apelo ao despojamento. Dispôs de todos os seus bens móveis em favor dos mais necessitados e os imóveis foram entregues aos cuidados de seu tio; Roque em condições de pobre peregrino, dirigiu-se a Roma.
Quando Roque chegou a Aguapendente, na Toscana, um terrível epidemia (Peste Negra) se alastrava, e nosso jovem peregrino ofereceu-se prontamente para tratar dos doentes que lotavam as enfermarias dos hospitais.
De Aguapendente seguiu para Caesena e Rimini, por toda parte onde chegava o jovem Roque, via-se desaparecer a terrível epidemia, como que a fugir do Santo.
Foi em Roma que a caridade de Roque achou um novo campo de ação, dedicando-se durante 3 anos, ao tratamento dos pobres e abandonados doentes. Depois voltou aos lugares onde já tinha estado, e seu zêlo escolhia entre os mais doentes, mais abonados, sempre nutrindo o desejo ardente de poder oferecer a Deus o sacrifício da vida.
Por vária vezes foi provado pela doença e em todas, o Senhor conservou-lhe a vida, no que todos reconheceram uma especial proteção Divina.
Na Itália, Roque conheceu o carisma franciscano e fez votos na Ordem Terceira, como irmão penitente.
Restabelecidas as forças, Roque seguiu para Piacenza, onde a Peste dizimava a população. Com uma abnegação, que lhe era peculiar, dedicou-se ao serviço de enfermeiro no hospital, sendo também atingido pelo terrível mal. Após um sono profundo, foi acometido duma febre violenta e atormentado por uma dor fortíssima na perna esquerda, causando-lhe uma terrível chaga.
Roque aceitou a doença, como uma Graça Divina, as dores chegaram, porém, a tal ponto que fizeram chorar e gritar continuamente.
Em pouco tempo, Roque, viu-se abandonado e desprezado por todos, decidiu em seu coração, não se tornar um peso para ninguém. Com muito custo arrastou-se até um bosque e lá acomodou-se em uma cabana abandonada.
Confiando no Senhor e entregando-se a sua Divina Providência, Roque experimentou o amor de Deus, que todos os dias enviava um cão para alimentá-lo, trazendo um pão tirado da mesa do Fidalgo Gottardo.
Certa manhã Gottardo, observando as atitudes do cão, resolveu segui-lo e qual não foi sua surpresa ao encontra-lo na choupana em companhia de Roque. Assim todos descobriram o paradeiro do Santo.
Gottardo ficou algum tempo em companhia de Roque e este, sentindo-se restabelecido de sua forças decidiu voltar para sua terra natal.
A França, por aquele tempo, estava em guerra, e assim se explica que Roque, lá chegando fosse tomado por espião.
O sofrimento e a dor tinham deixado marcas significativas em seu rosto, em seu corpo, que até o próprio Tio, que era o juiz da cidade, não o reconheceu e condenou-o à prisão.
Toda essa humilhação, Roque aceitou sem protesto algum, e todas as injustiças sofridas, ofereceu por amor a Jesus e pela conversão dos pecadores.


Por cinco anos permaneceu encarcerado sem que ninguém o reconhecesse foi acometido por uma grave e terminal enfermidade, lá no cárcere recebeu os Santos Sacramentos.
Confessou sua identidade ao Sacerdote, exalava de seu corpo um suave perfume de santidade que se-espalhou por todo o presídio, Roque com seus 32 anos, entregou sua santa alma ao Senhor humilde e silenciosamente, era o ano de 1327.
(O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carceireiro, que se chamava Justino e era manco de uma perna. Ao tocar no corpo de Roque, para verificar se estaria morto realmente, sentindo algo estranho percebeu sua perna milagrosamente curada).
Seu sepultamento, foi marcado por muitas honras e grandes milagres, agora reconhecido com nobre filho de Montpelier. Tempos mais tarde seus restos mortais foram transladados para Veneza, onde seus devotos lhe erigiram um belo templo.
Assegura-se que por intercessão de São Roque, muitas cidades foram poupadas da peste, entre elas Constança, na ocasião em que dentro dos muros se lhe reunia o grande concílio, em 1414.
O povo católico sempre nutriu especial confiança em devoção a São Roque e venera-o como padroeiro poderoso contra epidemias.
Será que não está a hora do povo Católico se unir em oração e clamar a intercessão de São Roque, junto ao Senhor, para que a “Gripe A”, seja definitivamente extinta. Devemos sempre acreditar, o Senhor tudo pode.
Para alcançar a vida eterna é necessária a prática da virtude. Em São Roque temos o modelo de homem virtuoso de fato.
Os Santos são setas que nos indicam o caminho que é Jesus, a verdade de Jesus e a vida que está em Jesus.

Sincretismo


Obaluaye em iorubá Obaluàyé é traduzido por (rei e senhor da terra), Oba (rei) aiyê(terra), ObaluaiyêObaluaêXapanã,Omolu, são alguns dos nomes como é conhecido esse Orixá africano. Os orixásNanã (cujo emblema é o Ibiri) e seus filhos Obaluaiyê (cujo emblema é o Xaxará) eOxumaré (cujo emblema é uma cobra) pertencem ao Panteão da TerraObaluaye é identificado no jogo do merindilogun pelos odu IrosunOssáÊjilobon e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba obaluaye.


Brasil

No Brasil é conhecido como Obaluaiyê no Candomblé, como Obaluaê na Umbanda, como Xapanã no Batuque e como Obaluaiê no Xambá. Seus filhos são sérios, calados, as vezes alegres e ingênuos demais, porém são observadores e espertos. Também seus filhos tem muitos problemas de saúde. É sincretizado como São Roque na forma de Obaluaiyê. Na forma mais velha de Omulu, é sincretizado como São Lázaro.
Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.
Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha dodendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra. Na Nigéria os Owo Érindínlogun adoram Obàluáyê e usam, no punho esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó (búzios).

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

iBahia - Entidades se unem para propor soluções às autoridades e tirar cidade da crise

Hoje é dia do Orixá Tempo ... Êlaá Tempo; Tempo de Muriganga


Tempo ou Loko é um orixá originário de Íwerè, região que fica ao leste de Oyó na Nigéria, tão importante que ele é um orixá (e os africanos a muito sabem disso).
Tem um dito que diz "O tempo dá, o tempo tira, o tempo passa e a folha vira", muitas vezes precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto ou longo, com o bom uso do tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar.
Irôko tem um temperamento estável, de caráter firme e em alguns casos violento.
Na Nigéria, Irôko é cultuado numa árvore que tem o mesmo nome. Porém, no Brasil esta árvore foi substituída pela gameleira-branca que apresenta as mesmas características da árvore usada na África. É nesta árvore, a gameleira-branca, que fica acentuado o caráter reto e firme do orixá pois suas raízes são fortes, firmes e profundas.
Tempo é o senhor das estações do ano; regente das mutações climáticas. Pai da maionga, o banho da Nação Angola.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012


TURMA DO "NÃO"


A atuação do movimento negro foi destacada pelos alunos com um posicionamento contrário
às ações afirmativas. Na opinião do estudante de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero,
Renato Bazan a decisão foi obviamente tomada como resultado da pressão dos interesses
do movimento negro, que apenas transferiu para os ministros do STF o fardo de se retratar
sobre as injustiças de 380 anos de escravidão. "O Supremo parece concordar com a diferenciação
jurídica a partir da cor da pele - argumento que, muito embora tenha sido banido formalmente 
da legislação brasileira há mais de um século, ainda não foi superado. O fato de o órgão jurídico
mais alto do país julgar em favor dessa separação entre negros e brancos é um gigante 
passo para trás no processo de eliminar a ilusão de que raças existem."
O principal argumento levantado pelos alunos contrários às cotas nas universidades é que não
existe "ensino para a população negra", assim como não existe "ensino para a população branca".
Eles ressaltam que a única forma de resolver a deficiência de ensino entre os negros é o fortalecimento das bases do ensino público nas regiões em que somos maioria. 
"As diferenças só existem quanto à classe social e econômica as quais pertencem 
a pessoa, e a partir deste pressuposto é que poderemos discutir diferenças, 
pois quanto aos outros aspectos todos somos iguais. Acredito que a deficiência 
de ensino entre a população negra só poderá ser resolvida quando a educação for prioridade de
investimentos, tanto na infraestrutura como, principalmente, na formação de docentes", opina
Vinícios Morás, estudante de Letras da Universidade Paulista (UNIP).


ASSUNTO POUCO EXPLORADO

Muitos alunos acompanharam pela mídia as discussões no Supremo Tribunal Federal e 
observaram como o debate seria conduzido no ambiente universitário.
Keren Matos sentiu que o assunto foi pouco explorado pela mídia e pelas universidades.
"Acompanhei a cobertura da imprensa sobre a decisão e observei que a mídia muitas vezes
dá visibilidade a assuntos irrelevantes, cotidianos, e faz o oposto quando o assunto são
as cotas. Aqui na Unipalmares, mais de 100 alunos foram até Brasília acompanhar a
decisão do STF, mas o debate não foi geral. Creio que poderíamos avançar mais 
neste assunto." Para Vinícios, alguns dos argumentos a favor das cotas discutidas 
no Supremo o surpreenderam. "Me chamou a atenção a fala da ministra Carmen Lúcia,
que afirmou que mesmo não sendo a melhor opção - o melhor seria 'ter uma sociedade
na qual todo mundo seja livre para ser o que quiser' - o sistema de cotas é uma 
necessidade em uma sociedade onde isso não aconteceu naturalmente', e neste ponto
concordo com ela", analisa o aluno que frisa que a discussão sobre o tema na Universidade
Paulista só ocorre nos cursos de licenciatura e nos relacionados à área social, embora a 
importância deste assunto devesse se estender para visão geral de todos os alunos.
Independente da decisão do STF, o que se pode perceber é que a discussão sobre as cotas
está longe de terminar, pelo menos dentro dos muros das universidades de todo o país, mas
a maioria dos alunos vê as cotas como um caminho seguro para inserir os negros no ensino
superior de qualidade. Kendy Neris, estudante da UnB, adverte que a sociedade brasileira precisa resguardar os direitos dos que são segregados, oferecendo-lhes as oportunidades que lhes cabem. Esta mudanças, segundo ela, já acontece na UnB. "Agora que nós cotistas somos muitos, 
estudamos sobre nossa própria realidade, não sendo apenas objetos de estudo. Há uma 
nova perspectiva científica, um novo olhar sobre a sociedade."



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

4ª Parte

O QUE DIZEM OS ALUNOS

Dispostos a acompanhar e discutir as
mudanças resultantes da decisão do
STF, eles formam uma elite intelectual 
importante quanto à análise crítica da
situação, pois vivenciam no dia a dia o
significado das cotas nas universidades.

A realidade dentro do campus da Universidade de Brasília (UnB) - pioneira em 
relação às cotas - permitiu que alguns alunos percebessem a exclusão do
negro nas universidades brasileiras antes mesmo da repercussão na mídia 
sobre a decisão do STF. Andressa Moreira, estudante de Ciência Sociais
da UnB, descreveu uma de suas aulas na turma de Teoria das Relações Internacionais
e afirmou que se sente isolada por ser a única aluna negra dentre as 30 pessoas
na sala, embora o curso seja um dos mais procurados pelos alunos negros.
Para ela, mesmo que a universidade ofereça cotas, "os estudantes negros parecem 
desaparecer das salas de aulas pela pressão que as cotas exercem, principalmente em 
pessoas com renda mais baixa, que precisam se sobressair perante os alunos não-cotistas."  
Um dos grandes responsáveis pela defasagem de alunos negros nas universidades, segundo
Andressa, é a qualidade do ensino nas escolas públicas no Brasil, muito fraco. "A maioria
dos alunos que ingressa por cotas na UnB, assim como eu, estudou todo o ensino fundamental 
e/ou médio em uma escola particular. As cotas funcionam muito bem para o ensino superior, 
pois há uma seleção para ingressar nele. Já na base escolar, a meu ver, somente uma
mudança radical em todo sistema educacional brasileiro resolveria a situação", afirmou.
Graduanda em Direito na Unipalmares, em São Paulo, Keren Matos apoia 
a decisão do STF por acreditar que a medida é o caminho mais sensato 
nesse momento. "É um mal necessário! 
Um mal porque não deveria haver necessidade de cotas em uma 
sociedade que tratasse seus cidadãos de forma igualitária, mas, 
infelizmente, esta não é a nossa realidade", explica.
Um dos argumentos recorrentes entre os alunos parte da ideia de que a decisão do Supremo Tribunal Federal está diretamente relacionada à luta do movimento negro na busca por equidade.
Segundo Samuel Araújo, estudante da UnB, a discussão sobre cotas dentro da academia, de 
maneira geral, consegue ter seus pontos fortes alavancados pelo âmbito em que a 
própria discussão está ocorrendo, principalmente na UnB, que se destaca pelo 
pioneirismo da universidade em discutir tais questões. Ele defende, assim como Keren,
que as cotas são atualmente uma reparação necessária, principalmente na percepção de 
como se configuram os espaços de poder. "As cotas, por si só, podem ser vistas como algo
pontual. A educação básica deve ser fortificada, proporcionando para todos os brasileiros uma 
educação de qualidade, mas no meu ponto de vista, as cotas mexem na configuração
hierárquica atual da sociedade, o que torna um importante ato de reparação histórica", reflete o aluno.

Keren Apuque Matos, estudante de Direito da Unipalmares

"AGORA QUE NÓS COTISTAS 
SOMOS MUITOS, ESTUDAMOS
SOBRE NOSSA PRÓPRIA
REALIDADE, NÃO SENDO 
APENAS OBJETOS DE ESTUDO

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Irdeb TVE

Greenpeace: Liga das Florestas

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