Palmares

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

 

 

Relatório da ONU diz que fim da Aids é "totalmente viável"

 



LONDRES, 20 Nov (Reuters) - Relatório das Nações Unidas divulgado nesta terça-feira afirma que a erradicação da Aids está próxima, graças ao melhor acesso a drogas que podem tratar e prevenir o incurável vírus humano da imunodeficiência humana (HIV), causador da doença.
A meta de pôr fim à epidemia mundial de Aids não é "meramente visionária", mas "totalmente viável", diz o relatório da agência das Nações Uidas para a Aids (Unaids).
O sucesso no combate à doença na última década permitiu que se fincassem as "fundações para o eventual fim da Aids", ao reduzir a cifra de mortos e ajudar a estabilizar o número de pessoas infectadas na pandemia, assinalou o relatório anual.
No final de 2011, cerca de 34 milhões de pessoas tinham o vírus HIV no mundo.
O número de novos infectados com a doença, transmitida por sangue ou pelo sêmen durante a relação sexual, está caindo em todo o mundo. O número de novas infecções em 2011, de pelo menos 2,5 milhões de pessoas, é 20 por cento inferior ao de 2001.
As mortes pela Aids caíram em 2011, ficando em 1,7 milhão, abaixo do pico de 2,3 milhões em 2005 e do 1,8 milhão em 2010. A África Subsaariana é a região mais afetada, com quase 1 em cada 20 adultos infectados, aproximadamente 25 vezes a taxa na Ásia --há quase 5 milhões de pessoas com o HIV no Sul, Leste e Sudeste da Ásia.
"Embora a Aids continue a ser um dos mais sérios desafios à saúde, a solidariedade mundial na resposta à Aids na última década continua a gerar ganhos extraordinários na saúde", diz o relatório.
Segundo o documento, isso ocorreu graças ao "sucesso histórico" na promoção de programas em escala junto com a emergência de novas combinações de remédios para evitar que pessoas sejam infectadas e que morram da doença.
Cerca de 8 milhões de pessoas estavam sendo tratadas com drogas para a Aids no fim de 2011, um aumento de 20 vezes desde 2003. A meta da ONU é elevar esse número para 15 milhões até 2015.
(Reportagem de Kate Kelland)

 

domingo, 25 de novembro de 2012

A CAMINHADA DO SAMBA É HOJE EM SALVADOR


Dia do Samba tem programação especial em Salvador



Redação CORREIO
Patrimônio imaterial da humanidade. Assim é classificada a música contagiante que flui por todos os cantos da Bahia e do mundo. Instituído em 1963 e comemorado em praça pública desde 1972, o Dia Nacional do Samba é motivo de programação especial em todo o país.
Com o tema “A cidade vai cair no samba”, será realizada neste domingo (25), a partir das 13h, a VII Caminhada do Samba, com saída no Campo Grande em direção à Praça Castro Alves. Participam do evento nove blocos de samba e os trios elétricos:    

 Bloco Alerta Geral ( Grupo Fora da Mídia )
·          Bloco Proibido Proibir ( Grupo Katulê )
·          Bloco Samba Popular ( Paparicco & Tonho Matéria )
·          Bloco Q Felicidade ( Grupo Depende di Nos )
ENTRE OUTROS ...


A escolha da data, 2 de dezembro, tem várias versões. Em uma delas, alguns historiadores contam que o dia foi escolhido em homenagem à primeira visita de Ary Barroso à Bahia. 
Nesta versão, o Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. Ary já tinha composto seu sucesso “Na Baixa do Sapateiro”, mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data que ele visitou Salvador pela primeira vez. A festa foi se espalhando pelo Brasil e virou uma comemoração nacional.
Salvador é uma fonte permanente de inspiração para quem sequer conhece a cidade, ou para outros tantos compositores que continuam levando seus sambas para todo o país, em vozes consagradas de artistas locais e nacionais, como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e Maria Bethânia. Entre os ‘bambas’ estão Nelson Rufino, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Riachão (Clementino Rodrigues) e o falecido Batatinha (Oscar da Penha), nomes que permanecem ligados ao mais autêntico dos ritmos brasileiros. As informações são da Secom. 


sábado, 24 de novembro de 2012

Sambista recebe título de Doutora Honoris Causa em Cachoeira Bahia

Dona Dalva Damiana recebe título de doutora pela Universidade do Recôncavo

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) vai conceder a Dalva Damiana de Freitas, cantora, compositora e sambista da cidade de Cachoeira, o título de Doutora Honoris Causa. A honraria é um reconhecimento a personalidades que se destacam nas ciências, nas artes ou nas relações com a sociedade. A cerimônia de entrega do título será realizada em 22 de novembro, durante o Fórum Internacional 20 de Novembro, no campus de Cruz das Almas.

A homenagem celebra a vida de Dona Dalva, como ela é conhecida, hoje com 84 anos. Ela fundou o Samba de Roda Suerdieck em 1961. Desde então, acumula feitos que, de acordo com o Conselho Universitário da UFRB, contribuem com o fortalecimento e preservação do patrimônio artístico-cultural do Recôncavo. Além disso, em 2005, foi peça-chave na proclamação do Samba de Roda como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.


Atualmente, o Samba de Roda Suerdieck agrega três gerações da família de Dona Dalva. Entre seus feitos também estão a criação do Samba de Roda Mirim, em 1980, e a formação das ONGs: Associação de Pesquisa em Cultura Popular e Música Tradicional do Recôncavo e Associação Cultural do Samba de Roda Dalva Damiana de Freitas. Em 2011, lançou o CD Samba Baiana: a vivência cantada de Dona Dalva, patrocinado pela Secretaria de Cultura da Bahia.


Dona Dalva é considerada um ícone da cultura do Recôncavo. A outorga do título Doutora
Honoris Causa é o primeiro oferecido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, criada há sete anos. A proposta foi apresentada pelo Conselho Diretor do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em 14 de julho. A aprovação, por sua vez, ocorreu em 31 de outubro durante reunião do Conselho Universitário.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Adeptos do Candomblé fazem Alvorada dos Ojás e assinam Convênio para o Livro Mulheres de Axé no Dia Consciência negra


Na manhã desta terça-feira, dia da Consciência Negra, militantes em favor da liberdade religiosa e adeptos dos cultos de matriz africana usaram a cor de Oxalá não apenas nos trajes. Vestiram todo o Dique, com os tecidos brancos utilizados nos rituais de candomblé, os ojás.
O objetivo é exigir respeito e combater a intolerância religiosa, além de pedir paz e vida para todas as pessoas da cidade do Salvador. As 4h da madrugada as árvores começarão a ser amarradas com os Ojás, e as 08 da manhã será assinado o Convênio com a SMP para a confecção do livro Mulheres de Axé, no próprio Dique, próximo ao estacionamento e aos restaurantes locais.
O livro contará a história de 150 importantes mulheres de Axé de Salvador, da região metropolitana e do recôncavo Baiano.
O grupo realizará um ato litúrgico no local.  "Vamos fazer um pedido aos nossos ancestrais, de força para resistir e lutar pela liberdade de religião, deixando nossas energias neste local sagrado", explicou o coordenador estadual do CEN, e filho de santo do Ilê Axé Oxumarê, o Ogan Marcos Rezende.
O ato contará com a presença da Secretária de Política para Mulheres, Dra. Verá Lucia Barbosa, com representante da Secretária de Promoção da Igualdade Racial, com o Deputado Federal Valmir Assunção, o Deputado Bira Coroa, além da presença de inúmeras autoridades religiosas.
 
 
 
 
A Alvorada dos Ojás também marca o lançamento da oitava Caminhada Pela Vida e Liberdade Religiosa, que será realizada dia 25 de novembro, saindo do busto de Mãe Runhô, no Engenho Velho da Federação, até o Dique do Tororó.

CEN Brasil Comunicação 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Hoje é;

Dia da Consciência Negra


O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594).
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos.


Zumbi líder do quilombo dos Palmares

Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.


O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.


O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.


A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.


O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.


A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Amélia Hamze
Profª da FEB/CETEC
ISEB/FISO-Barretos
 


Clipe - Consciência Negra - O Brasil é isso aí!

 

domingo, 18 de novembro de 2012

Lei prevê até cinco anos de prisão a quem praticar racismo virtual

segunda-feira, by Daiane Souza
Por Daiane Souza
A Câmara dos Deputados aprovou na última semana propostas de modificações para o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940) que tipificam crimes cometidos por meio da Internet. Quem invadir dispositivos eletrônicos, falsificar cartão de crédito ou publicar conteúdo racista na web pode ser condenado a penas de até cinco anos de prisão, além de multas. As propostas devem ser sancionadas pela presidente Dilma Rousseff.
Os projetos aprovados receberam os títulos de Lei Carolina Dieckman e Projeto de Lei (PL) 2793/11. O primeiro é destinado ao tratamento de Crimes Cibernéticos (PLC 35/2012) e recebeu o nome da atriz porque tem por objetivo evitar a violação e a divulgação de arquivos pessoais, como fotos e outros arquivos, a partir da invasão de “dispositivo cibernético”, método do qual Carolina foi vítima no início deste ano.
Já o segundo, seria um substitutivo para o conhecido PL Azeredo 84/99, que tem por nome o mesmo do relator da matéria que deu origem ao projeto. Este trata da violação de sigilo de informações comerciais, industriais e conteúdos sigilosos protegidos por senha, além de falsificações e práticas de racismo virtual.
Com os projetos, os conhecidos como crimes cibernéticos passam a ter classificações e punições especificadas no Código Penal do País. Aprovados também pelo Senado, os textos seguem para sanção e se forem liberados, eles entrarão em vigor 120 dias após a publicação no Diário Oficial da União. O texto também estabelece a criação de delegacias especializadas no combate a crimes praticados por meio da Internet ou por sistema informatizado.
Perspectiva – O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, comentou as propostas lembrando a dimensão que as notícias e informações podem tomar a partir da Internet. “Um comentário pode levar a danos irreversíveis quando se tratar da moralidade e dignidade de uma pessoa”, alertou. “As proporções podem ser inalcançáveis na busca por uma solução positiva a um dano já causado”, completou.


Ele cita que a tipificação do crime virtual de racismo é um grande avanço, considerando que no atual Código Penal, ele não aparece. Hoje, um juiz só pode delimitar pena a um acusado de preconceito ou racismo na internet com base na tipificação por injúria. “Com as mudanças na lei teremos a punição e a responsabilização de autores racistas que se escondem na web e mais chances de garantir um Brasil mais justo e humano em médio prazo”, disse Eloi Ferreira.
Confira detalhes das propostas para mudanças no Código Penal:  
A Lei Carolina Dieckmann prevê:
Crime: invasão de dispositivo informático alheio, com a intenção de obter, modificar ou destruir dados ou informações.
Pena:
 de 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa.
Crime: instalação de vírus, Cavalos de Troia, malwares com o objetivo de obter, modificar ou destruir dados ou informações.
Pena:
 de 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa.
Crime: divulgação, venda ou distribuição de informações ou dados coletados com a invasão aos aparelhos.  
Pena:
 de 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa.
Agravante:
 os criminosos podem receber punição ainda maior se os dispositivos comprometidos pertencerem a autoridades, como o presidente da República ou representantes do Executivo, Legislativo ou Judiciário. Se ganharem dinheiro com as informações obtidas, a punição também poderá ser ampliada.
Crime: produção, oferta, distribuição, venda ou difusão de dispositivos (como um pendrive) ou programas de computador (vírus, Cavalos de Troia e phishings) com a intenção de possibilitar o crime de invasão a computadores ou smartphones e tablets.
Pena: 
de 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa.

A Lei Azeredo prevê:
Crime: obtenção de dados como segredos comerciais ou industriais ou ainda conteúdos sigilosos por meio do comprometimento de mecanismo de segurança (como senhas) de equipamentos de informática.
Pena:
 de seis meses a dois anos de prisão, além de multa.
Crime: invasão de dispositivos de forma remota ou sem autorização.       
Pena:
 de seis meses a dois anos de prisão, além de multa.
Agravante:
 se o criminoso divulgar, comercializar ou repassar gratuitamente a terceiros os dados obtidos com a invasão, a pena pode aumentar de 1 a 2 terços.
Crime: falsificação de cartão de crédito ou débito.
Pena:
 de 1 a 5 anos de prisão, além de multa.
Crime: divulgação de dados eletrônicos em tempo de guerra que favoreça o inimigo, prejudique operações militares ou comprometa a eficiência militar do País. 
Pena:
 pode variar de 20 anos de prisão, em grau mínimo, à pena de morte, em grau máximo.
Crime: mensagens com conteúdo racista – a lei obriga que elas sejam retiradas do ar imediatamente.
Pena:
 de 2 a 5 anos de prisão e multa, quando o crime é cometido por intermédio de meios de comunicação, incluindo os digitais.

sábado, 17 de novembro de 2012

Ecos da escravidão


No anúncio de tevê feito para atrair turistas pelo governo da Bahia, o menino dizia que, quando crescesse, queria ser capoeirista como o pai. Por volta das 10 da noite de 21 de novembro do ano passado, Mestre Ninha, pai de Joel da Conceição Castro, chamou os filhos para dentro de casa, no instante em que a polícia fazia uma incursão pelo bairro onde mora a família, Nordeste de Amaralina, um dos mais violentos de Salvador. Segundos depois, o garoto foi atingido por uma bala perdida e morreu. Tinha 10 anos de idade.

A história do menino que não realizou seu sonho por não ter crescido, infelizmente, não é exceção. Como ele, cerca de outras 50 mil crianças, jovens e adultos, morrem vítimas de assassinato todos os anos no País, brancos e negros. Mas negros, como Joel, morrem em proporção muito maior. E o pior: a diferença tem aumentado nos últimos anos. Em 2002, foram assassinados 46% mais negros do que brancos. Em 2008, a porcentagem atingiu 103%. Ou, em outras palavras, para cada três mortos, dois tinham a pele escura. Quem maneja os dados preliminares de 2009 diz que a situação piorou ainda mais.

Não bastasse, os crescentes investimentos em segurança pública feita pelos estados e pela União parecem ter beneficiado, como de costume, a “elite branca”, como definiu o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo. Entre 2002 e 2008, o número de brancos assassinados caiu 22,3%. A morte de negros cresceu em proporção semelhante: os índices foram 20% maiores, em média. Em algumas unidades da federação, os números se aproximam de características de extermínio: na Paraíba, campeã dessa triste estatística, são mortos 1.083% (isso mesmo) mais negros do que brancos. Em Alagoas, 974% mais. E na Bahia, a terra do menino Joel, os assassinatos de negros superam em 439,8% os de brancos.

Até mesmo entre os suicidas os negros mortos superaram os brancos. Houve crescimento de 8,6% nos suicídios de cidadãos brancos, mas, entre os negros, os que tiraram a própria vida aumentaram 51,3%.

Os critérios utilizados para definir a “cor” das vítimas de violência são os mesmos do censo do IBGE. Nos atestados de óbito do Brasil, a partir de 1996, mais notadamente desde 2002, passaram a ser apontadas as características físicas dos mortos. Foram considerados no estudo todos os classificados como “pardos”, “pretos” e “negros” para chegar a esses números que assustam, em um País onde, como alguns insistem em dizer, principalmente nestes dias de carnaval, “não existe racismo”. Os passistas, puxadores de samba e operários das escolas de samba, que serão saudados como exemplos do “congraçamento de raças” são os mais propensos a perder a vida, sem confete, sem serpentina e em alguma esquina escura da periferia.

Surpreende que os indicadores tenham piorado mesmo com as políticas de ação afirmativa promovidas pelo governo Lula desde 2002 e com a melhora nos índices de Desenvolvimento Humano no Nordeste, região em que a violência mais cresceu, segundo os dados oficiais.

Obviamente, a desigualdade é um dos fatores a explicar esse abismo. Quanto mais um país enriquece e proporciona condições semelhantes a seus cidadãos, mais a criminalidade tende a diminuir. Mas ela não é o único fator a ser levado em conta. O Brasil experimentou um bom crescimento da economia nos últimos anos, associado a uma maior distribuição de renda. Mesmo assim, a melhora nos números de violência tem sido pontual, quando não cresce, a depender da localidade analisada. “A ineficácia das instituições de coerção também tem um peso importante no estado das coisas”, diz o cientista político José Maria Nóbrega, professor da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba.

Sobre a incrível curva ascendente dos homicídios em seu estado natal, sobretudo no Maranhão, que já foi o mais tranquilo e em dez anos quadruplicou os assassinatos, Nóbrega é partidário da mesma teoria de vários de seus colegas estudiosos da violência: como ampliou-se o cerco nas maiores capitais do País – Rio e São Paulo, onde diminuíram os homicídios –, o foco da criminalidade deslocou-se para as cidades menores e para outras regiões. “A violência não migrou apenas do Sudeste para o Nordeste, mas das áreas metropolitanas para o interior. A Paraíba é uma exceção, porque ainda não se aplicaram políticas sérias contra o crime na capital.”

O resultado é que tanto em João Pessoa quanto em municípios menores os índices explodiram nos últimos anos. No Mapa da Violência, a capital paraibana aparece como a quarta onde os homicídios mais cresceram entre 1998 e 2008. Mas um município como Bayeux, na região metropolitana, com cerca de 95 mil habitantes, teve 84 assassinatos por 100 mil habitantes em 2009, um índice “avassalador”, segundo Nóbrega, comparado à média nacional, de 26,4 homicídios anuais.

Nas páginas policiais dos jornais, volta e meia aparecem notícias sobre a descoberta de grupos criminosos originários do Sul e Sudeste. Há duas semanas, a Polícia Federal desarticulou, em Salgueiro, Pernambuco, uma quadrilha ligada ao PCC paulista instalada em pleno sertão. Ao todo, 13 suspeitos foram presos. O esquema consistia em importar drogas de São Paulo e, a partir da pequena Salgueiro, com 52 mil habitantes, redistribuir para a Bahia, Pernambuco e Piauí.
“Os criminosos seguem táticas de guerrilha”, explica o sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, que estuda a violência no Brasil há 15 anos e é o autor do Mapa da Violência. “Lembra-se daquela cena dos traficantes fugindo para o mato quando a polícia ocupou o Morro do Alemão? Então, o crime só parte para o confronto quando possui superioridade numérica. Quando tem minoria, submerge. Como em algumas capitais eles ficaram em situação de inferioridade, migraram para outras.”

Para o caso da mortandade dos negros mais especificamente, Waiselfisz levanta duas hipóteses. A primeira delas, compartilhada por diversos especialistas, é que acontece com a segurança o mesmo ocorrido com a educação e a saúde: a privatização. Assim como quem possui condições financeiras vai a escolas particula-res, tem plano de saúde e por isso acesso a melhores hospitais, também se protege melhor do crime quem tem mais dinheiro. As guaritas, grades, carros blindados, os filhos com celular e os seguranças privados (em geral policiais fazendo bicos) protegem da violência as classes sociais mais altas e mais brancas.
Se essa é uma causa, digamos, privada, a outra razão é de responsabilidade direta do poder público.

“Tudo indica que as políticas que estamos desenvolvendo desde 2002 no setor de segurança, em muitos estados, se dirigem fundamentalmente aos setores mais abastados da sociedade”, critica o sociólogo. “Se a maioria dos negros é pobre, é óbvio que não serão beneficiados.”

Realmente, o problema no Brasil não parece ser a escassez de investimentos, mas a sua aplicação. No ano passado, os governos municipais investiram cerca de 2 bilhões de reais no setor, segundo cálculos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Renato Sérgio de Lima, secretário-geral do Fórum, reforça a tese da assimetria: “Os investimentos historicamente ficaram concentrados nas capitais e regiões metropolitanas. Com o crescimento das cidades do interior, era natural que os índices de violência aumentassem. Mas eles só atingiram esse patamar tão elevado porque os municípios não estavam preparados para o problema”.

O caso de Salvador corrobora a opinião de Waiselfisz. Uma análise das chamadas Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp), criadas em 2009, leva à impressão de que se tem na capital baiana um verdadeiro apartheid por bairro, em termos da relação entre o número de policiais e habitantes. Enquanto os bairros onde moram os mais ricos, como a Barra e a Graça, possuem a proporção de um policial para cada 200 habitantes, bairros mais populares, como Liberdade e Pirajá, têm um policial para cada 2,1 mil habitantes.

Há algo mais grave, segundo Carlos Alberto da Costa Gomes, coordenador do Observatório de Violência da Bahia e professor de Desenvolvimento Urbano na Universidade de Salvador. “O policiamento na capital da Bahia é centrado em viaturas. Isso, na cidade oficial, que tem ruas, é eficiente. Mas, no que chamo de ‘cidade informal’, onde moram 70% dos soteropolitanos, as viaturas não chegam, o acesso é difícil a automóveis. Isto favorece o surgimento de enclaves propícios à criminalidade. E, é claro, a maioria dos que vivem neles é negra.”

Agora, em virtude do carnaval em Salvador, espanta-se Costa Gomes, o governo estadual prometeu deslocar 23 mil policiais para salvaguardar a folia. Sendo o efetivo total no estado de 33 mil policiais militares e 6 mil civis, não são poucos os que se perguntam: como fica o restante da sociedade? “Todo o efetivo policial vai ser colocado a serviço de algo no qual quem lucra é o empresário, a iniciativa privada”, afirma Gomes. “Não sou contra o carnaval, mas estamos mesmo adotando o modelo correto?”

Junta-se aos assassinatos em brigas de grupos rivais, dívidas de tráfico ou vinganças a ocorrência da violência policial, de que também são vítimas uma maioria de negros. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a proporção de pretos e pardos mortos pela polícia é maior do que na população em geral.

A socióloga Luiza Bairros, ministra da Igualdade Racial, opina que o problema começa na forma como os policiais são treinados para enxergar o negro. “A imagem utilizada para compor o criminoso é calcada na pessoa negra, mais especificamente no homem negro. O negro foi caracterizado como perigoso em estudos de criminologia e o lugar onde ele mora é visto como suspeito. É automaticamente enquadrado nas três possibilidades de construção da suspeição: lugar, características físicas e atitude. Ou seja, como o racismo institucional existe, acaba moldando o comportamento de boa parte da corporação.”

Em São Paulo, em abril do ano passado, o motoboy Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, de 30 anos, foi espancado até a morte no 9º Batalhão da PM, no bairro da Casa Verde. Havia sido detido, ao lado de outros dois suspeitos, para investigação de um furto de bicicleta. Para ocultar o crime, os policiais abandonaram o corpo de Santos a duas quadras do batalhão. Depois, o levaram já morto a um hospital e registraram um boletim de ocorrência falso, como se o motoboy tivesse sido encontrado na rua inconsciente, mas ainda com vida. O Ministério Público denunciou 12 PMs pelo homicídio. A Ouvidoria da Polícia não descarta a possibilidade de as agressões terem sido motivadas por preconceito racial.

“O motoboy era um negro próximo do local onde uma bicicleta foi furtada, logo um suspeito em potencial para a polícia”, afirma o ouvidor da polícia, Luiz Gonzaga Dantas. “Infelizmente, muitos policiais ainda se portam como verdadeiros capitães do mato dos tempos da escravidão. O negro, pobre e marginalizado, é sempre visto como suspeito e rotineiramente é vítima de abordagens truculentas.”

Apenas no ano passado, a polícia paulista matou 495 indivíduos. O número é menor que a média registrada em 2009, quando 524 foram mortos em operações policiais, mas não há motivo para comemoração. “Trata-se de um índice de letalidade altíssimo, um dos maiores do mundo. E devemos recordar que, em 2008, o número de homicídios cometidos pela polícia era bem menor, 371”, comenta Dantas. “Não concluímos o levantamento, mas posso garantir que a grande maioria das vítimas tem o mesmo perfil: homem, jovem, negro e pobre.”

A ministra da Igualdade Racial lembra que sempre houve, dentro do movimento negro, muitos policiais que conseguem entender o racismo institucionalizado e que lutam contra ele. “Em todos os países onde isso mudou, como na Inglaterra, foi porque houve ação e organização dos policiais negros. Se o movimento é criado dentro da corporação tem maior legitimidade.”

Para Luiza Bairros, a política de cotas não foi suficiente para diminuir os índices de criminalidade entre a população negra porque atinge apenas a parcela que conseguiu concluir o ensino médio. E em termos populacionais, a parcela incapaz de concluí-lo é muito maior. “Existe um fenômeno nas cidades de diminuição das matrículas no ensino fundamental nos turnos vespertino e noturno. E as pessoas fora da escola são exatamente o contingente mais atingido pela criminalidade”, afirma a ministra. “Por isso, acho oportuno que o governo fortaleça agora o ensino médio e profissionalizante.”

É possível, no entanto, que para reduzir os homicídios de negros as políticas de ação afirmativa na área da educação precisem, de alguma forma, ser reproduzidas na segurança pública. Os especialistas criticam o foco na investigação do crime já ocorrido, em vez de, estrategicamente, analisar os locais que favorecem o seu surgimento e agir preventivamente. A solução mais consagrada atualmente é o policiamento comunitário, inspirado nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro. As UPPs estimulam a criação de laços com a comunidade do local protegido e aumentam a confiança dos moradores na polícia, o que pode diminuir a antiga relação de conflito com a população negra. É preciso também acabar com a sensação generalizada de impunidade.

A propósito, a bala que matou o menino negro Joel, concluiu em janeiro o inquérito feito pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia, saiu da arma de um policial. A única punição para os nove envolvidos, até o momento, foi o afastamento de operações nas ruas. Passaram a fazer trabalhos internos na PM, mas podem voltar a “proteger” os baianos em 60 dias. Inclusive o soldado Eraldo Meneses Souza, autor do disparo.

* Colaboraram Manuca Ferreira, de Salvador, e Rodrigo Martins, de São Paulo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Edital para seleção de Projeto relacionado à música, canto e dança de comunidades afrodescendentes



O Iphan, através do Departamento de Patrimônio Imaterial, realiza chamamento público nº 06/2012 para seleção de projeto destinado a promover ação de salvaguarda de patrimônio cultural imaterial relacionado à música, canto e dança de comunidades afrodescendentes da Região Sul ou Norte do Brasil.
Poderão apresentar projetos instituições públicas e privadas sem fins lucrativos de todo o país, que possuam experiência comprovada na realização de ações relativas ao objeto do chamamento público. O envio de propostas deverá ser feito entre os dias 25 de outubro e 16 de novembro, exclusivamente através do Portal de Covênios (SICONV) e atender ao escopo e requisitos descritos no Edital.
Mais informações poderão ser obtidas edital e seus anexos:
- Chamamento Público para a seleção de Projeto de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial relacionado à música, canto e dança de comunidades afrodescendentes da Região Sul ou Norte do Brasil [aqui]

- ANEXO 1 – Informações CRESPIAL [aqui]

- ANEXO 2 – Decreto 3.551/2000 [aqui]

- ANEXO 3 – Informações sobre o INRC [aqui]

- ANEXO 4 -  Manaual do INRC [aqui]

- ANEXO 5 – Tipologia de Ações de Apoio e Fomento [aqui]

- ANEXO 6 – Formulário de Recurso Administrativo [aqui]

- ANEXO 7 – Parâmetros para coleta, tratamento e organização de registros audiovisuais [aqui]

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ilê Aiyê recebe embaixador dos EUA em Salvador 

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(Embaixador Thomas Shannon à direita destacou a importância da reeleição de Obama)

Redação Correio Nagô - O Curuzu, tradicional bairro negro de Salvador, teve uma celebração diferente na manhã desta sexta-feira (9). Pela primeira vez um embaixador dos EUA visita a sede do mais antigo bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê, dias depois após a vitória do presidente Barack Obama, reeleito para mais quatro anos de mandato na última terça-feria (6).
Em entrevista ao CORREIO NAGÔ o embaixador Thomas Shannon comentou que a  reeleição de Obama é um grande exemplo de sucesso e prova de que de existe esperança. Para o diplomata, “a vitória de Obama mostra claramente que qualquer pessoa pode ter o desejo de participar da política e fazer a diferença ao chegar a presidência.”
O encontro, organizado pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), teve como objetivo apresentar ao embaixador Thomas Sannon o projeto Up with English, apoiado pelo consulado dos EUA, e que está sendo executado pelo Ilê Aiyê.
O projeto faz parte do Japer, o plano de ação entre os governos do Brasil e EUA para promoção da igualdade racial e étnica. Além disso, o encontro teve como objetivo estreitar ainda mais as relações entre a Bahia e os Estados Unidos. Em maio deste ano, uma missão do Governo do Estado da Bahia esteve em Atlanta para assinar um acordo de cooperação com o condado de Fulton nas áreas de saúde, educação, juventude e desenvolvimento econômico.

Simbologia

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O secretário de Igualdade Racial da Bahia, Elias Sampaio, falou da escolha simbólica de se selecionar a sede do bloco afro ilê, a Senzala do Barro Preto, para a visita do embaixador. “Esse é um espaço sagrado para a discussão sobre políticas públicas, igualdade racial e desenvolvimento”, destacou durante o evento.

Referenciando a memória de Mãe Hilda Jitolu, a matriarca do bloco falecida no ano de 2010, Arthur Sampaio, do conselho do ACBEU, ressaltou a importância do projeto que ensina inglês para estudantes do bairro mais culturalmente negro de Salvador.

O conselheiro lembrou ainda que em 70 anos da instituição eles nunca tiveram tanto apoio quanto agora na gestão do presidente Obama e lembrou que três jovens oriundos do projeto com Ilê hoje fazem parte do programa Jovens Embaixadores, criado pela Embaixada dos Estados Unidos para levar jovens a conhecer a cultura e política dos EUA e ainda representar o Brasil no país. 
O presidente do bloco afro Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô, lembrou da necessidades de projetos que afirmem a identidade negra. “No Brasil o probema é racial”, disse. Ele alertou ainda aos jovens presentes ao evento: “Vocês não podem se esquecer que são negros, pois é triste quando alguém te “lembra”, ironizou o fundador do bloco e líder do movimento negro baiano.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Nações de matriz africana unidas pela religiosidade


Representantes de bandeiras do candomblé e da umbanda de Minas Gerais lançaram, na última quinta-feira, o Fórum Mineiro de Religiões de Matriz Africana.

Na ocasião, foi apresentada a Carta de Minas Gerais, com algumas reivindicações e os objetivos que o fórum pretende implantar.

"O fórum é um espaço para discussões políticas das religiões de matriz africana. Observamos, por exemplo, um forte preconceito contra a religiosidade africana, e o combate a esse tipo de discriminação é uma de nossas diretrizes", diz Dikota Djanganga, coordenadora estadual do Coletivo de Entidades Negras de Minas Gerais (CEN/MG).

Segundo ela, outra questão importante que o fórum vai agregar em suas ações e reivindicações está relacionado à educação nas escolas, no sentido de cobrar o ensino da cultura e da religiosidade africana no currículo escolar. "Isso já se tornou lei, mas não foi discutido de que maneira esse ensinamento será transmitido. Para tanto, é preciso a experiência de vivenciadores para transmitir o conhecimento", avalia.

Sandra Bossio, diretora do Centro pela Mobilização Nacional e representante jurídica do CEN/MG, diz que o ensinamento da cultura e religiosidade de matriz africana nas escolas é uma questão fundamental que o fórum pretende trabalhar.

"A aplicação da lei não acontece, pois os professores não estão capacitados para transmitir a história da cultura e da religião. Há também a questão da intolerância. Existem educadores e diretores de escolas evangélicos que se negam a implementar a questão na grade curricular", afirma.

Um ponto positivo que Dikota Djanganga destaca na audiência de criação do fórum foi a grande participação de diversas bandeiras do candomblé e umbanda. "Fiquei muito feliz com a presença de diversos representantes. Tivemos a participação de gente do interior, o que demonstra uma forte intenção em reunir forças", avalia.

De acordo com ela, uma reunião já está agendada para a última semana do ano, para discutir ações e traçar estratégias e planejamentos para o próximo ano.

A coordenadora estadual do CEN/MG afirma que o Fórum Mineiro de Religiões de Matriz Africana será coordenado por representantes sacerdotais de todas as bandeiras e nações participantes. "O fórum é um espaço democrático, onde todos terão uma participação efetiva", conclui.

domingo, 11 de novembro de 2012

Senhoras evangélicas bateram na cabeça de uma criança durante a festa do divino

Os representantes de entidades que integram o Movimento Negro e Afro-religioso Maranhense se reuniram durante a semana para discutir a denúncia de agressão contra uma criança de apenas 3 anos de idade que participava das celebrações da Festa do Divino no último dia 17, no Anjo da Guarda. O caso foi registrado no16º DP da Vila Embratel pelos familiares da vítima e está sendo acompanhado pelo Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma). 
 O coordenador de política institucional do Ferma, Neto de Azile, conta que os membros do terreiro "Kwebe-se to Vodun Bade Só", na 2ª Travessa do Bom Jesus, no Anjo da Guarda, realizaram um cortejo para buscar o mastro da Festa do Divino na Rua Costa Rica. Ao passar em frente a um culto evangélico duas senhoras começaram a distribuir panfletos que não foram aceitos. Uma delas teria começado a proferir ofensas como "isso é coisa do demônio" e em determinado momento, bateu na cabeça de uma criança de 3 anos, jogando-a para trás. 
 Na reunião, as entidades participantes decidiram que o ato representa uma agressão física, psicológica e moral ferindo o direito constitucional do livre exercício da religião. Foi decidido que será aberta uma ação por perda e danos morais pela violência contra a criança e uma ação civil pública devido ao cerceamento da opção religiosa do grupo. 
Além das organizações ligadas ao movimento negro como a Ferma, Coletivo de Entidades Negras (CEN) e Rede de Religiões Afro, também estiveram presentes representantes da Secretaria Estadual Extraordinária da Igualdade Racial, Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania do Estado do Maranhão (Sedihc) e Fórum Intergovernamental de Igualdade Racial. Devido à complexidade do caso, a Sedihc sugeriu uma reunião com a assessoria jurídica da pasta para tratar da questão, o encontro deve ser realizado até a próxima semana. 
O coordenador de política institucional do Ferma afirma que a criança não foi ferida gravemente, mas que o ato a traumatizou. A garota ficou triste e chegou a desistir de vestir a roupa, relatando que "a moça bateu na coroa, agora eu não quero mais". As possíveis agressoras ainda não foram identificadas, mas Neto de Azile explicou que o caso foi repassado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA) e ao 16º DP para que o líder da congregação onde as duas mulheres estavam possa identificá-las. Neto de Azile considerou a ação das mulheres como um ato de fanatismo que desrespeita o preceito religioso e caracterizou o ato como um retorno à Idade Média. "Somos um estado laico e temos liberdade religiosa assegurada em lei, não podemos deixar isso passar batido. 
Não bastasse a desqualificação que sofremos, ainda demonizam o nosso culto", comentou. O representante da Ferma destacou que há três anos as entidades negras realizam passeatas pela liberdade religiosa e que no último ano, houve um compromisso do Ministério Público em salvaguardar o livre exercício religioso.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

I Encontro das Culturas Negras acontece no mês de novembro em Salvador

 Suas atividades se integram também às celebrações do Novembro Negro, iniciativa do Governo do Estado da Bahia, que reúne uma série de ações em prol da memória e consciência negras.



De 08 a 12 de novembro, na capital ibero-americana dos afrodescendentes, Salvador, acontece o I Encontro das Culturas Negras. O evento pretende dar início à “Década Afrodescendente”, tornando-se um grande encontro anual das culturas negras existentes no Brasil, nas Américas e no mundo. Criadores, artistas, intelectuais, profissionais da cultura, gestores culturais, pesquisadores, parlamentares, lideranças e representações do movimento cultural negro farão parte do projeto.  A programação compreende mesas temáticas, bem como programação cultural ao longo do período.

Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) busca, através do Programa Pelourinho Cultural, além de dinamizar as ações culturais no Centro Histórico, incentivar também a produção local, por meio da promoção de eventos realizados pela comunidade. Toda a agenda de atrações do programa tem acesso gratuito ou a preços populares.



Serviço
O quê: I Encontro das Culturas Negras
Quando: 08 a 12 de novembro
Onde: Largos do Pelourinho
Quanto: Gratuito

quinta-feira, 8 de novembro de 2012




Artistas nacionais e internacionais se apresentarão em Salvador durante o I Encontro das Culturas Negras


O evento é gratuito e faz parte da programação do Novembro Negro 

 


Entre os destaques estão o encontro dos blocos afro e a apresentação inédita do Ilê Aiyê com o Olodum
Para contemplar e difundir as mais diversas formas de manifestações das culturas da diáspora africana, de modo a possibilitar um maior e melhor conhecimento delas, o Governo do Estado da Bahia promove o I Encontro das Culturas Negras. O evento acontece entre os dias 8 a 10 de novembro de 2012 em Salvador e, no 12, na cidade de Santo Amaro da Purificação. O projeto faz parte da programação do Novembro Negro e toda a programação é gratuita.

Além das mesas temáticas, plenárias e oficinas, integram a grade de eventos do I Encontro das Culturas Negras, apresentações artístico-culturais que acontecem nas ruas e largos do pelourinho, ao final de cada dia de atividade.

Artistas e grupos nacionais e internacionais que desenvolvem trabalhos ligados à diversidade cultural do povo negro se apresentarão na abertura do evento, no Forte da Capoeira (Santo Antonio Além do Carmo) no dia 08 de novembro, e nos dias 9 e 10 de novembro, simultaneamente, nas praças Pedro Arcanjo, Tereza Batista e Quincas Berro D’Água, localizadas no Pelourinho. No dia 12, quando o evento se transfere para Santo Amaro, as atividades acontecem no Teatro Dona Canô.
 

Atrações nacionais e internacionais
Estão previstas apresentações internacionais, como do La Melaza, representante do Candombe uruguaio, e o soka do artista Shurwayne Wincheste, de Trinidad e Tobago. Também vão passar por aqui a música negra do Amapá, com o grupo Raízes do Bolão, e o show do cantor José Miguel Cyrillo. De Minas Gerais, vem o grupo Berimbrown. Em um mesmo evento, o Maracatu Aruenda da Saudade, da Paraíba, se encontra com o Zampiapunga de Nilo Peçanha.

Black Bahia
O Estado da Bahia será representado pelas orquestras de Berimbaus e Pandeiros e da Rumpilezz e Afrosinfônica, do soul de Dão e a Caravana Black, além do encontro de blocos afros como Gandhy, Os Negões, Malê, Muzenza, Bankoma, Didá, Okambi, Timbalada e show do Cortejo Afro. Tem também o Samba de Roda de D. Nicinha, apresentações de Wilson Carvalho, Matilde, Bié Nô e Carla Lis e, pela primeira vez, um espetáculo musical que vai reunir, na mesma apresentação, o Ilê Aiyê e o Olodum, num encontro inédito e gratuito.
 

Teatro e Dança
Além das atrações musicais, sobem aos palcos do Pelô a Cia. de Teatro Abdias do Nascimento, com o espetáculo teatral PAN-AFRI-CAN-ISMO; as Companhias de Dança Jovem e Infanto Juvenil da FUNCEB, os solos do NC3 - Núcleo C de Composição Coreográfica, da Cia. Robson Correia. E o espetáculo do coletivo Dançando Nossas Matrizes, que vai realizar um ato para Mestre King, um dos homenageados do I Encontro, que também vai participar da programação artística, com a apresentação do espetáculo com sua direção, "OPAXORÔ”, da Cia. Gênesis.


Arte Visuais
Estão programadas também exposições paralelas que acontecerão no Museu Afrobrasileiro, na Galeria Solar Ferrão e no Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab).


Por fim, tem também um Cortejo Cênico, que vai percorrer as ruas do Pelourinho com 50 alunos do curso técnico em Dança da FUNCEB, junto a 10 percussionistas, com direção de Denny Neves e Marilza Oliveira. O I Encontro das Culturas Negras conta com a direção artística de Zebrinha, que fez a costura geral de toda esta programação.
PROGRAMAÇÃO ARTISTICA 
DIA 09 DE NOVEMBRO (SEXTA-FEIRA) - A partir das 19h

RUAS DO PELOURINHO
Maracatu Aruenda da Saudade (Paraíba)
Encontro dos Tambores - com músicos dos blocos Ilê Ayiê, Timbalada, Filhos de Gandhy, Malê, Muzenza, Cortejo Afro, Bankoma, Didá, Os Negões, Okanbí  (Salvador/BA)


LARGO TEREZA BATISTA
La Melaza - Candombe (Uruguai)
Dão e Caravana Black (Salvador/BA)


LARGO QUINCAS BERRO D´ÁGUA
José Miguel Cyrillo (Amapá)


LARGO PEDRO ARCANJO
Apresentações de Dança:
“A Reza” e "É esse!?" - Cia. de Dança Jovem da FUNCEB - Coreógrafa Marilza Oliveira.
“Rapsódia Africana” e “Boi Gira Bumbá” - Cia. de Dança Infanto Juvenil da FUNCEB –Coreógrafo Denny Neves
Grupo Raízes do Bolão (Amapá)
Orkestra Rumpilezz (Salvador/BA)

DIA 10 DE NOVEMBRO (SÁBADO) - A partir das 19h

RUAS DO PELOURINHO/ ITINERANTE
Zambiapunga (Nilo Peçanha)
Cortejo Cênico - Escola de dança da FUNCEB (Salvador/BA)


LARGO TEREZA BATISTA
Shurwayne Winchester (Trinidad and Tobago)
Berimbrown (Minas Gerais)

LARGO QUINCAS BERRO D´ÁGUA
Afromusicalidade - com Wilson Carvalho, Matilde, Bié Nô e Carla Lis (Salvador/BA)
Dionorina (Feira de Santana/BA)


LARGO PEDRO ARCANJO
Afrosinfônica (Salvador/Ba)
Espetáculo teatral PAN-AFRI-CAN-ISMO – Cia. Abdias do Nascimento (Salvador/BA)
Apresentações de dança (Salvador/BA):
- “OPAXORÔ - Grupo Gênese de Mestre King
- “Ato de Homenagem a Mestre King” - Coletivo Dançando Nossas Matrizes
- Solo "Ogundia" - Diogo Clown
- Solo "Batalha" - Luiz Carlos
- Solo "Trilhando caminhos" - Raicley Reis
- “Bantú” - NC3 - Núcleo C de Composição Coreográfica- Coreógrafo Ramon Moura
- Solo "Oguniada" - Nana Monteiro
- Solo "Ogun Camará" - Ana Brito
- Solo "Caminhos" - Meryadla Brito
- “Homens de Ogum” – Cia. Robson Correia - Coreógrafo Robson Correia


TERREIRO DE JESUS
show com Ilê Aiyê e Olodum (Salvador/BA)

DIA 12 DE NOVEMBRO (SEGUNDA)
Teatro Dona Canô - Santo Amaro da Purificação
Shows e debates - 'Samba de Roda de D. Nicinha', às 17h, e encerramento do COrtejo Afro, às 21h30


:: I Encontro das Culturas Negras ::
Quando - de 08 a 12 de novembro de 2012
Onde - Abertura dia 08, no Forte da Capoeira (Forte do Santo Antonio Além do Carmo); dias 09 e 10, no Auditório da Faculdade de Medicina no Pelourinho, Escola de Dança da Funceb, Ruas e Largos do Pelourinho; dia 12, Teatro Dona Canô (Santo Amaro da Purificação).
Gratuito

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Homenageado do Grammy Latino deste ano, Caetano confessa que nunca assistiu à premiação


Evento acontece em Las Vegas, no dia 15 de novembro, e terá um tributo ao cantor


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A 13ª edição do Grammy Latino, que acontece dia 15 de novembro em Las Vegas, vai homenagear Caetano Veloso como a personalidade de 2012.

Mas apesar da homenagem, o baiano confessou que nunca assistiu ao Grammy. "Gosto de premiação quando estou lá, você vê um monte de gente da sua atividade", conta ele em entrevista ao jornal 'O Dia'.

E o cantor tem um caso curioso com a premiação. Em 2001, para quem não sabe, ele veria a cerimônia de lá, já que era uma das atrações da noite. Mas no meio do caminho dois aviões atingiram as Torres Gêmeas, em Nova York, no dia 11 de setembro, mesmo dia do evento. Como o caos foi espalhado nos Estados Unidos, a festa teve que ser cancela e Caetano retornou ao Brasil.

Este, no entanto, vai ser diferente. Além de concorrer em quatro categorias com o CD 'Especial Ivete, Gil e Caetano' e com a música 'Neguinho', gravada por Gal Costa no CD 'Recanto', o artista terá um tributo em sua homenagem.

Ele vai subir ao palco para cantar e receber sua homenagem. Será um dia inteiro de tributo a ele, na véspera da cerimônia que é exibida na TV. A noite de gala, que acontece no MGM Grand Garden Arena, é uma festa fechada exibida apenas pelo site do Grammy Latino. Artistas latinos como Juanes, Mala Rodriguez e Enrique Bunbury, a americana Natalie Cole, a canadense Nelly Furtado, além dos brasileiros Ivete Sangalo, Maria Gadú, Seu Jorge, Alexandre Pires, entre outros, cantarão músicas de Caetano ou que ficaram conhecidas na voz dele.




Tags: Homenagem, Grammy Latino, Caetano Veloso, premiação

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ivete Sangalo apresenta projetos de verão só para convidados em shopping de Salvador



Evento acontece no dia 8 de novembro, segundo informou o Blog do Marrom



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O verão vai começar cedo para a cantora Ivete Sangalo, pelo menos é o que garante o colunista Marrom em seu blog, no site do jornal Correio.

De acordo com a publicação, a musa do axé vai apresentar seus projetos de verão, incluindo o Carnaval 2013, em uma festa fechada apenas para convidados.

Segundo o blog, o evento acontece dia 8 de novembro, a partir das 23h, no Shopping Iguatemi, em Salvador.




Tags: Ivete Sangalo, projetos de verão, Verão 2013, Carnaval 2013, shopping

sábado, 3 de novembro de 2012

iBahia - Marca baiana de moda praia completa 15 anos com nova coleção
iBahia - Ivete Sangalo quebra osso do pé e faz show com bota ortopédica

Em primeira mão: Novas cenas de ‘O Canto da Sereia’ tem data e local para acontecer



Atores globais já começaram a gravar a minissérie na capital baiana


Eliomar Santos
(eliomar.santos@redebahia.com.br)
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Desde quinta-feira (25) que as ruas, casas e restaurantes de Salvador estão sendo utilizados como plano de fundo para compor as cenas da nova minissérie da TV Globo, ‘O Canto da Sereia’, que estreará em 2013.Veja também:
Marcelo Timbó participa das gravações de 'O Canto da Sereia'
Exclusivo: iBahia acompanha gravações da minissérie 'O Canto da Sereia'
Exclusivo: Saiba detalhes sobre a gravação de 'O Canto da Sereia' em Salvador

O Palácio Rio Branco, no Centro Histórico, serviu de cenário nos dois primeiros dias de filmagens da trama e virou delegacia, casa de governante e lá também foi gravado o velório da protagonista Sereia, interpretada por Ísis Valverde.
Isis Valverde viverá Sereia em minissérie da Globo, gravada em Salvador

No sábado (27) e na segunda-feira (29), um bar  no Pelourinho virou o ponto central para as instalações de novas filmagens – a cena não foi divulgada.

Como a personagem Sereia é uma cantora de axé, não poderia faltar o Carnaval e um trio elétrico, não acha? Pois bem, a cena do trio será gravada na sexta-feira (02), feriado para o povo brasileiro. Dessa vez o local escolhido foi a Praça Castro Alves, pois no dia o comércio estará fechado e não terão muitos curiosos.

As gravações do Carnaval contarão também com um assassinato em cima do trio. Foram contratadas cerca de 500 pessoas para fazer a figuração nas cenas do Carnaval, cada um ganha R$ 50,00 por dia.

O restaurante Amado, na Avenida Contorno, também servirá como cenário para a trama nos próximos dias.




Tags: Gravações, bastidores, O Canto da Sereia, Isis Valverde, Globo

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Irdeb TVE

Greenpeace: Liga das Florestas

Som no Blog - Podcast

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