Palmares

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sábado, 13 de junho de 2015

Viva Sto. Antônio


Igreja de Sto. Antônio(bairro: Sto. Antônio em Salvador-ba)

Santo António nasceu em Lisboa em data incerta, numa casa, assim se pensa, próxima da , às portas da cidade, no local onde posteriormente se ergueu a igreja sob sua invocação. A tradição indica 15 de agosto de 1195, mas não há documento fidedigno que confirme esta data. Também foi proposto o ano de 1191, mas, segundo um seu biógrafo, o padre Fernando Lopes, as contradições em sua cronologia só se resolveriam se ele tivesse nascido em torno de 1188. Tampouco se sabe com certeza quem foram seus pais. Nenhuma das biografias primitivas os citam, e somente no século XIV, a partir de tradições orais, é que se começou a atribuir ao pai o nome de Martim ou Martinho de Bulhões, e à mãe, o de Maria Teresa Taveira. Fixando-se esses nomes na memória popular, e com a crescente fama do santo, não custou a biógrafos tardios atribuírem também aos seus pais uma dignidade superior. Do pai foi dito ser descendente do celebrado Godofredo de Bulhões, comandante da I Cruzada, e da mãe, que descendia de Fruela I, rei de Astúrias, mas tal parentesco nunca pôde ser comprovado. A forma de seu nome de batismo é igualmente obscura, pode ter sido Fernando Martins ou Fernando de Bulhões.

Igreja Sto. Antônio da Mouraria(bairro da Mouraria Salvador-ba)


Fez os primeiros estudos na Igreja de Santa Maria Maior(hoje Sé de Lisboa), sob a direção dos cónegos da Ordem dos Regrantes de Santo Agostinho. Como era a prática da ordem, deve ter recebido instrução no currículo das artes liberais do trivium e do quadrivium, o que certamente plasmou seu caráter intelectual. Ingressando ainda um adolescente como noviço da mesma Ordem, no Mosteiro de São Vicente de Fora, iniciou os estudos para sua formação religiosa. A biblioteca de São Vicente de Fora era afamada pela sua rica coleção de manuscritos sobre as ciências naturais, em especial a medicina, o que pode explicar as constantes referências científicas em seus sermões.
Poucos anos depois pediu permissão para ser transferido para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, a fim de aperfeiçoar sua formação e evitar distrações profanas, já que era constantemente visitado por amigos e parentes. Coimbra era na época o centro intelectual de Portugal, e ali se deve ter envolvido profundamente no estudo da Bíblia e nos textos dos Padres da Igreja. Nesta época entrou em contato com os primeiros missionários franciscanos, chegados em Portugal em 1217, e que estavam a caminho do Marrocos para evangelizar os mouros. Sua pregação do Evangelho no espírito de simplicidade, idealismo e fraternidade franciscana, e sua determinação missionária, devem ter tocado o sentimento de Fernando. Entretanto, uma impressão ainda mais forte ocorreu quando os corpos desses frades, mortos em sua missão, voltaram a Coimbra, onde foram honrados como mártires. Autorizado a juntar-se a outros franciscanos que tinham um eremitério nos Olivais, sob a invocação de Santo António do Deserto, mudou seu nome para António e iniciou sua própria missão em busca do martírio.

Igreja de Sto Antônio da Barra(Ladeira da Barra, Salvador-Ba)

Pouco depois da Páscoa no ano de 1231, sentiu-se mal, declarou-se hidropisia e ele deixou Pádua para dirigir-se ao eremitério de Campo San Piero, nos arredores da cidade. Outras versões dizem que terá sido hospedado pelo conde Tiso, devido o estado de saúde precário, ou que seus companheiros ergueram-lhe uma cabana no alto de uma árvore, onde teria permanecido alguns dias.
Percebendo que a morte estava próxima, pediu para ser levado de volta a Pádua, mas apenas tendo alcançado o convento das clarissas de Arcella, subúrbio de Pádua, ali faleceu, em 13 de junho de 1231. As clarissas reclamaram seu corpo, mas a multidão acabou sabendo de seu passamento, tomou-o e o levou para ser sepultado na Igreja de Nossa Senhora. Sua fama de santidade era tamanha que foi canonizado logo no ano seguinte, em 30 de maio, pelo papa Gregório IX. Os seus restos mortais repousam desde 1263 na Basílica de Santo António de Pádua, construída em sua memória logo após sua canonização. Quando sua tumba foi aberta para iniciar o processo de translado, sua língua foi encontrada incorrupta, e São Boaventura, presente no ato, disse que o milagre era prova de que sua pregação era inspirada por Deus. E incorrupta está até hoje, em exposição na Capela das Relíquias da Basílica. Foi proclamado Doutor da Igreja pelo papa Pio XII em 16 de janeiro de 1946 e é comemorado no dia 13 de junho.


No Brasil o santo é comemorado com entusiasmo semelhante. Na região Nordeste uma das maiores festas se dá em Barbalha, no estado do Ceará, durando vários dias. Inicia com a busca na mata de um pau que possa servir de mastro para a bandeira do santo, ocasião já cercada de ritualidade. Antes do corte, é feita uma oração que pede permissão à mata para a retirada e faz homenagem ao santo padroeiro, pedindo sua bênção para que o percurso aconteça sem acidentes. Quinze dias depois abrem-se os festejos com a celebração de uma missa onde os devotos oferecem votos e presentes entre a cantoria dos repentistas, agradecendo as boas colheitas e a prosperidade, seguida de uma grande procissão onde se carrega o pau da bandeira até a frente da Matriz, quando a bandeira é hasteada entre fogos de artifício. Diz a tradição que as moças que tocarem no pau da bandeira casarão dentro de um ano. Em seguida as ruas da cidade se enchem com um cortejo de manifestações folclóricas regionais, como o Reisado de Couro e de Bailes, a Lapinha, os Penitentes e o Reisado do Congo, com suas lutas de espadas, acompanhados de vaqueiros, quadrilhas, música de forró e danças de capoeira,maculelêmaneiro pau e pau de fitas. A festa encerra no dia 13 de junho com outra procissão com a imagem do santo carregada em um carro decorado, que inclui o cortejo de vários outros santos venerados na região. Pela sua importância a festa em Barbalha foi inscrita no registro de bens do patrimônio imaterial mantida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.


Responso de Sto. Antônio

Se milagres desejais 
Contra males e o demônio 
Recorrei a Santo Antonio 
E não falhareis jamais. 

Pela sua intercessão 
Foge a peste, o erro e a morte 
Quem é fraco fica forte 
Mesmo o enfermo fica são 

Rompem-se as mais vis prisões 
Recupera-se o perdido 
Cede o mar embravecido 
No maior dos furacões. 

Penas mil e humanos ais 
Se moderam, se retiram: 
Isto digam os que viram, 
Os paduanos e outros mais. 
(Glória ao Pai) 

V. Rogai por nós Santo Antonio 
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 

Oremos
 

Ó Deus, nós vos suplicamos que alegreis os vossos fiéis com os milagres de Santo Antonio, vosso confessor e doutor, para que, fortalecidos na terra com os auxílios do grande Santo, consigam alcançar as alegrias eternas junto a vós. 

Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

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