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domingo, 27 de abril de 2014

É possível ser gay e cristão?

Publicado pela Época


No último dia 13, no Rio de Janeiro, em meio à extravagância e ao carnaval que costumam marcar a Parada Gay, um grupo de jovens ligados à Igreja da Comunidade Metropolitana distribuiu folhetos e ergueu cartazes em que anunciavam o amor incondicional de Deus por todos os homens, incluindo homossexuais, travestis e transgêneros.
 
Esse pequeno rebanho de ovelhas, lideradas no Rio pelo pastor Márcio Retamero, faz parte de uma das comunidades chamadas “inclusivas”. São pessoas, em sua maioria de orientação homoafetiva, que acreditam na releitura dos trechos das Sagradas Escrituras que condenam a prática homossexual. Dados aproximados revelam a existência de 28 comunidades desse tipo organizadas no Brasil, em nove Estados. Um levantamento entre os líderes dessas comunidades, feito a pedido da BBC-Brasil em 2012, sugere uma frequência estimada de 10 mil pessoas. Muitas delas foram expulsas de igrejas evangélicas tradicionais, após assumir ser gays, ou afastadas por uma forma mais sutil de assassinato: o desprezo ou a indiferença.


Sem saber, os participantes da Parada Gay repetirão uma forma de manifesto organizada pela primeira vez na história em 1970, nas ruas de Los Angeles, nos Estados Unidos, por um pastor protestante. Ordenado pastor batista quando tinha apenas 15 anos, numa pequena congregação no Estado da Flórida, onde se casou e teve dois filhos, o reverendo Troy Perry se afastara do trabalho após divorciar-se da esposa e admitir ser gay.
 
Depois de entrar numa crise existencial, que o levou perto do suicídio, Perry diz ter recebido um chamado divino para voltar a pastorear – desta vez, com a atenção voltada às pessoas que, como ele, eram discriminadas por causa da orientação sexual. Assim nasceu a Metropolitan Community Churches (MCC), a primeira denominação inclusiva dos Estados Unidos. A MCC reúne hoje 43 mil membros, em 222 congregações espalhadas por 37 países. Está no Brasil desde 2009, onde conta com oito comunidades. O trabalho do pastor carioca Márcio Retamero está vinculado à MCC.
 
O chamado pastoral de Perry deu origem à controversa teologia inclusiva, também denominada teologia queer (outra palavra para gay, em inglês), ou afirmativa. Trata-se de uma reinterpretação bíblica contestada pelos teólogos tradicionais.
 
Um exemplo dessa releitura está na conhecida história sobre a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, narrada no livro de Gênesis. Os inclusivos usam uma passagem bíblica do livro do profeta Ezequiel (Ezequiel 16:49) para reforçar sua teoria de que o grande pecado das duas cidades não foi a devassidão homossexual, mas a falta de hospitalidade e de justiça social. O texto bíblico afirma: “Eis que essa foi a iniquidade de Sodoma, fartura de pão e próspera ociosidade teve ela e suas filhas, mas nunca amparou o pobre e o necessitado”. Ausência de interesse por justiça social e de preocupação com os viajantes numa cultura nômade, onde ser hospitaleiro era um dos traços de generosidade mais importantes, são os grandes pecados que os teólogos gays atribuem a Sodoma e Gomorra.
 
Os pesquisadores tradicionais contestam. Dizem que aqueles que advogam apenas falta de cortesia ou de preocupação social por parte da população de Sodoma ignoram a passagem do livro de Judas, que afirma: “De modo semelhante a estes, Sodoma e Gomorra e as cidades em redor se entregaram à imoralidade e a relações sexuais antinaturais. Estando sob o castigo do fogo eterno, elas servem de exemplo”.
 
“Há uma tradição de 5 mil anos de história judaico-cristã-islâmica e até agora não surgira nenhum teólogo, nenhum exegeta que tivesse feito outra leitura desses textos. De Abraão até o século XX, não houve releituras. De repente, surge um grupo que teve uma iluminação”, afirmou, com ironia, em entrevista para o livro Entre a cruz e o arco-íris, de minha autoria, Dom Robinson Cavalcanti, arcebispo da Diocese de Olinda da Igreja Anglicana do Cone Sul da América. Dom Robinson, morto em 2012, acreditava que esse debate estava inserido num movimento cultural global, de caráter ideológico. “A Igreja teve os pais apostólicos, os pais da Igreja, os reformadores, a filosofia oriental ortodoxa, e ninguém nunca viu isso. Agora chegam os americanos e fazem uma releitura”, afirmou. “Trata-se de uma grande pirueta teológica.”
 
A discussão teológica é apenas uma das questões que pautam o difícil relacionamento entre as igrejas cristãs e os fiéis homossexuais. Quando se mergulha nesse universo, como eu fiz, fica claro que as igrejas ainda não estão dispostas nem preparadas para desenvolver uma pastoral adequada aos homossexuais, uma minoria que, como os leprosos nos tempos de Jesus, é deixada à margem e condenada ao isolamento.
 
O pastor Ricardo Barbosa, da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília, um experiente conselheiro de casais cristãos, resume bem a questão: “Ouvi de um rapaz que foi homossexual praticante durante muito tempo que nós afirmamos que a graça de Deus basta, que Deus ama o pecador. Cantamos para que eles venham como estão. Mas não no caso dos gays. No caso dos gays, pedimos que mudem primeiro. A Igreja deve manter o mesmo convite para todos, para que todos possam caminhar em direção à vida que Cristo nos oferece. A Igreja precisa se preparar para isso”.
 
Não se trata de uma conversa fácil e, nessa arena, muitos lutam com as armas de que dispõem em favor daquilo em que acreditam. Pastores surgem na televisão, inflamados, amaldiçoando a homossexualidade como o pecado sem perdão. Ativistas gays, por outro lado, combatem a postura das igrejas, na tentativa de amordaçá-las e impedi-las, por via legal, de ensinar o que as Escrituras Sagradas estabelecem a respeito do assunto. Assim descreve o teólogo e escritor Richard Foster: “A homossexualidade é um problema tão difícil de tratar dentro da comunidade cristã que tudo o que for dito será severamente criticado”.
 
Por mais que pareça estranho, muitos cristãos ignoram o fato de que há um rebanho formado por homossexuais que congrega, nas igrejas, anônimos, sem poder assumir quem são, levando vidas que Henry David Thoreau definiu como de “silencioso desespero”. São pessoas comuns, cristãos sinceros que nutrem o desejo de servir ao mesmo Senhor adorado pela maioria heterossexual. São homens e mulheres que foram aceitos pelo amor incondicional de um Deus que, segundo a Bíblia, não faz distinção entre as pessoas, mas que descobriram, na prática, igrejas que a fazem.
 
Por essa razão, é de esperar que as igrejas inclusivas continuem crescendo também no Brasil. Os líderes das comunidades evangélicas amigas dos gays preveem o dobro do número de fiéis nos próximos cinco anos. Mesmo essas congregações podem não ser a resposta ideal para alguns. A arquiteta Fátima Regina de Souza, um dos personagens de meu livro, frequentou por um tempo uma dessas comunidades, onde fez amigos. Ela não se adaptou. Não gostou da sensação de ficar confinada a um gueto.
 
Para Fátima, o lado mais difícil em sua viagem de autoconhecimento e autoaceitação é enfrentar o preconceito. Ela tem a impressão de que as pessoas sempre pensam que o homossexual cristão não fez tudo o que podia para mudar, não buscou a Deus o suficiente. “É como se a gente estivesse sempre em falta”, diz ela. “As pessoas lançam esse olhar de desconfiança sobre nós sem nem antes encarar os próprios problemas. Isso machuca muito. Com o tempo, a gente vai aprendendo a se proteger.”
 
Há alguns anos, Fátima voltou a reunir-se numa pequena e acolhedora congregação, em Ribeirão Preto, onde mora. Ali, diz ter encontrado cristãos que a amaram do jeito que ela é e, segundo diz, tornaram sua vida viável.
 
*A jornalista Marília de Camargo César, do jornal Valor Econômico, é autora de Feridos em nome de Deus. Seu novo livro, Entre a cruz e o arco-íris, foi lançado pela Editora Gutenberg em 14 de outubro
 

Feira do mercado de funerárias apresenta caixão LGBT.




Publicado pelo iG/Último Segundo

A morte nem sempre é encarada apenas como o fim da vida. Para os mais ousados, nada mais justo do que investir em um ritual de passagem com caixões personalizados e um cortejo vip em uma limusine. São Paulo é vista pelos empresários funerários como uma das cidades mais “caretas” do País, onde o tradicional e o minimalismo imperam quando o assunto é morte. Já em outras regiões, vale “caixão gay”, cortejo balada e até pingente com as cinzas do ente querido.
 
Os produtos - que vão desde o cerimonial aos bastidores de um velório - foram apresentados durante a Funexpo 2013, a maior feira funerária da América Latina, na zona norte de São Paulo. Apesar de hospedar a feira a cada dois anos, São Paulo é considerada pelos especialistas como uma das cidades mais fechadas para as novidades do ramo. “Em outros lugares a morte é um momento planejado. As pessoas escolhem o tipo de “celebração” que querem ter. A capital é mais careta”, disse Eduardo Natele, funcionário do PickUp&Cia, empresa responsável pelos carros usados em cortejos balada, com efeitos de luz e potentes auto-falantes.


Entre os itens que chamam mais a atenção nesta edição da feira está a urna funerária LGBT, o caixão gay de R$ 6 mil, que foi produzida pelo casal Ricardo Jacomo, de 35, e Roberta Jacomo, de 31. O stand da empresa Soft Line virou ponto de fotos e despertou a curiosidade. “A morte pode ser mais democrática, não precisa ser chata e tradicional. Eu mesmo seria um morto bem chateado se fosse enterrado em uma urna sem graça”, disse Ricardo. A ideia partiu do cabeleireiro de Roberta, que sugeriu o design e ficou surpreso com o resultado final. “Ele vai querer ficar com esse, com certeza”, acredita Roberta.


Toque das mãos
Médico alerta para a necessidade do autoexame dos testículos, a fim de prevenir o câncer na região



Muitos homens podem se surpreender com a notícia de que o auto-exame, amplamente defendido por médicos e campanhas de saúde, não é exclusividade feminina. Da mesma maneira que as mulheres devem tocar os seios à procura de anomalias, os homens devem fazer o auto-exame testicular mensalmente. Em uma campanha ousada, jogadores norte-americanos de rugby resolveram deixar a timidez de lado e explicar passo a passo (e ao vivo) como se realiza o procedimento (reveja matéria http://www.mundomais.com.br/exibemateria2.php?idmateria=3775).

De acordo com Daher Chade, urologista do Instituto do Câncer de São Paulo e do Hospital Sírio Libanês e presidente do departamento de urologia da Associação Paulista de Medicina, o auto-exame testicular tem a função de encontrar nódulos, inchações e dores dentro do escroto ou próximo aos testículos. “O hábito de conhecer o seu próprio corpo é muito importante para a detecção precoce de diversas doenças. Os tumores de testículo são pouco frequentes em relação a outros problemas de saúde, mas são dos principais no jovem. É preciso ficar atento para identificar o problema o quanto antes”, afirma. Uma vez detectado, um médico deve ser procurado imediatamente.

Apesar da baixa incidência de casos - três a cinco para cada grupo de 100 mil indivíduos -, o câncer de testículos tem como agravante ser mais comum entre jovens em idade produtiva. “Por atingir majoritariamente pessoas entre 15 e 50 anos de idade, sexualmente ativas, há chances de se confundir ou mascarar o câncer com outras doenças que podem ser transmitidas através do sexo ou mesmo com infecções”, adverte Daher.

Por isso, é preciso atenção a alguns sinais. Fatores como histórico familiar de tumores, lesões e traumas na região, condições hereditárias, atrofia e criptorquidia (testículo fora da bolsa escrotal, frequentemente encontrado na regiao inguinal) podem aumentar as chances de se adquirir a doença. Já disfunções como alteração no tamanho dos testículos, dor testicular e/ou abdominal, sensibilidade, sensação de peso na região e endurecimento anormal de alguma porção do testículo constituem sintomas do problema.

O exame físico é a melhor maneira de se detectar precocemente a doença. Para tal, devem-se seguir alguns passos:

• Em pé, verificar a existência de alterações na pele escrotal.

• Examinar cada testículo com ambas as mãos, os posicionando entre os dedos indicador, médio e polegar e fazendo movimentos giratórios.

• Encontrar o epidídimo, pequena estrutura presente na parte de trás dos testículos, identificando-o para que não se confunda com uma massa suspeita.

• Procurar por áreas endurecidas e nodulações.

Daher reforça que, na presença de qualquer irregularidade, é necessário consultar um médico especialista. Quando detectado em seu estágio inicial, o câncer de testículo é fácil de ser curado e altamente responsivo aos tratamentos disponíveis atualmente. “Exames médicos complementares auxiliam no diagnóstico precoce da doença e determinação do tratamento ideal, porém o exame clínico é fundamental e preciso”, completa Daher.

Renovado e contemporâneo
Aposte nos cabelos azuis platinados para fugir da caretice no visual




Em grandes cidades como Londres, Tóquio e Milão, muitos homens apostam nos cabelos coloridos para compor o visual. Por aqui, esse look ainda não é tão comum. Mas ele pode ser uma ótima opção para fugir da caretice, principalmente para quem trabalha em profissões que dão essa liberdade. Neste caso, o azul platinado é uma boa escolha, por ser moderno, sem ser juvenil.

A tonalidade tem aparecido nas cabeças de homens e mulheres em editoriais de revistas gringas desde que o filme francês “Azul é a Cor Mais Quente” se tornou a sensação do último Festival de Cannes, em maio deste ano. Vencedor da Palma de Ouro , o longa, que estreia no Brasil em 6 de dezembro, conta a história de Adèle ( Adèle Exarchopoulos ), uma adolescente que se apaixona pela primeira vez por uma mulher ao ser seduzida por uma irresistível jovem de cabelos azulados, chamada Emma ( Léa Seydoux ).

Quem também se deixou seduzir pelo azul foi o fotógrafo paulistano André Giorgi, que decidiu trocar o tom castanho dos seus cabelos pelo azulado. “Sempre quis fazer uma mudança mais radical, e queria fazer isso antes dos 30 anos”, conta André, que está com 25.

Todo o processo de descoloração e tintura durou cerca de cinco horas. Sendo que o primeiro, o mais demorado, levou quatro. Feito com a aplicação de água oxigenada 40 volumes, foi realizado em três etapas, com enxágues entre elas. “O objetivo é deixar os fios quase transparentes, ideais para a aplicação da coloração”, esclarece o hair stylist Evandro Ângelo.

Aliás, é bom alertar que todo o processo deve ser feito por um profissional especializado, evitando que a descoloração seja feita equivocadamente e acabe deixando os cabelos quebradiços. “É preciso ficar atento o tempo todo para ver como os fios estão reagindo ao descolorante, não deixando que eles fiquem elásticos”, alerta Evandro, acrescentando que o couro cabeludo também fica bem sensível nesta situação, sujeito a uma ligeira ardência. Quem nunca fez esse procedimento, deve se preparar.

Fonte:
http://www.homensquentes.com.br/2013/11/homossexualidade.html






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