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sábado, 12 de abril de 2014

Nação Nagô no Sul, resistência cultural de um povo.



A Nação Nagô no Rio Grande do Sul é uma das modalidades do Batuque, uma religião voltada ao culto dos Orixás. Bem, minha intenção com este comentário é mostrar que esta nação não foi extinta como muitos pensam e que ela não sofreu processo de aculturação, ao contrário do que ocorreu com outras nações. Uma das principais marcas desta nação é que o transe para ela não é um tabu como nas demais; os filhos sabem que foram pegos pelo Orixá. Muito parecida com o candomblé em muitos aspectos, dentre eles, a nomenclatura dos cargos e o seu panteão que é mais numeroso do que nas demais nações. Esta nação buscou preservar suas origens, sendo por isso, uma nação fechada. Não há aglutinação de divindades como ocorre nas outras nações onde Ibeji é qualidade de Oxun e Xangô, Nanã é qualidade de Iemanjá, Olokun e Orumilá são qualidades de Oxalá, na Nação Nagô estes Orixás mantém sua individualidade.
Uma referência a esta Nação é o Ilê Axé Oba Oluorogbo, casa de Nação Nagô de Pelotas-RS dirigida pelo Babalorixá Eurico de Oxalá. O Panteão desta casa é bem diferente do convencional observado em outras casas. Os Orixás cultuados no Ilê Axé Oba Oluorogbo são:
Exu, Ogum, Odé-Otin, Logunedé, Xangô, Obaluaiê, Oxumaré, Ossaim, Oyá, Oxum, Yemanjá, Nanã, Ewá, Obá, Ibeji, Onilé, Oxalá, Orunmila-Ifa, Olokun.
Também quanto aos cargos que em outras nações não existem, e no Nagô é usado:
-Babalorixá ou Yalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai. É o título sacerdotal.
-Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
-Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
-Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: “meu irmão mais velho”).
-Elegùn: filho-de-santo que já entra em transe.
-Abiã ou abian: novato.
-Ogãs ou Ogans: cargos a confirmar
-Ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe).
Esta Nação muito linda, mas infelizmente incompreendida por parte de zeladores das demais nações, é uma boa referência, aqui no Rio Grande do Sul, da conservação da Cultura Africana.
Nas cerimônias os Orixás chegam e dançam ao som das cantigas, as roupas são simples, não há paramenta, os filhos dançam apenas com roupas nas cores de seus Orixás.
O processo de iniciação nesta modalidade também é diferente do que nas demais nações e se aproxima muito da iniciação do Candomblé, com Obí e tudo mais.
“Cada orixá possui “qualidades” ou “caminhos” que irão expressar aspectos ligados a ele, a exemplo uma passagem enquanto jovem, uma passagem enquanto de mais idade, uma passagem de conquista, seja por um titulo honorifico, seja por um cargo (Rei de determinada região). Cada qualidade portanto, trará consigo informações de culto, tais como: Local de origem, cores, números, ferramentas e tipos de ofertas. Há também “qualidades” cuja origem são Orixás independentes aglutinados a categorias de Orixás “maiores”.” (Babá Eurico D’Oxalá).
Fonte:
http://ocandomble.wordpress.com/2011/04/01/nacao-nago-no-sul-resistencia-cultural-de-um-povo/

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